São várias as
passagens da bíblia que fazem menção aos mandamentos de Deus. Ela enfoca a
necessidade de conhecermos e vivermos os mandamentos. Podemos entender que os
mandamentos de Deus não são apenas regras ou boas práticas de conduta, mas
expressa a vontade de Deus para nossas vidas.
Deus nos criou por sua
vontade, e sua vontade é que obedeçamos a seus mandamentos e estatutos. Assim
os mandamentos do Senhor podem ser compreendidos como o modo de vida que Deus deseja
para nós.
São muitas passagens
que enfocam isso, vejamos algumas:
“E dei-lhes os meus estatutos e
lhes mostrei os meus juízos, os quais, cumprindo-os o homem, viverá por eles.” Ezequiel
20:11.
“Mas esta é a aliança que farei
com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no
seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão
o meu povo.” Jeremias 31:33
“Porque este é o amor de Deus: que
guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados.” 1 João
5:3.
“Aquele que tem os meus
mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de
meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” João 14:21
Mas quais são os
mandamentos do Senhor? Certa vez um jovem chegou para Jesus e lhe perguntou o
que faria para herdar o reino de Deus. A resposta de Jesus foi enfática “... se queres, porém, entrar na vida,
guarda os mandamentos.” ao que o jovem perguntou “Quais?” e o Senhor respondeu: “Não
matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho;
Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus
5:16-18)
A bíblia toda é
repleta de mandamentos e ordenanças, mas existe uma porção da bíblia
particularmente importante, os mandamentos contidos em Êxodo 20:1-17 não foram
apenas ditos por Deus de modo audível a todos os hebreus no deserto, como
também foi escrito pelo próprio dedo de Deus em tábuas de pedra. Este pequeno texto
é o único em toda a bíblia com essa característica tão peculiar.
Vejamos o texto:
“Então falou Deus todas estas
palavras, dizendo:
Eu sou o Senhor teu Deus, que te
tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Não terás outros deuses diante de
mim.
Não farás para ti imagem de
escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na
terra, nem nas águas debaixo da terra.
Não te encurvarás a elas nem as
servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a
iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me
odeiam.
E faço misericórdia a milhares dos
que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.
Não tomarás o nome do Senhor teu
Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em
vão.
Lembra-te do dia do sábado, para o
santificar.
Seis dias trabalharás, e farás
toda a tua obra.
Mas o sétimo dia é o sábado do
Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha,
nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que
está dentro das tuas portas.
Porque em seis dias fez o Senhor
os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou;
portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.
Honra a teu pai e a tua mãe, para
que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
Não matarás.
Não adulterarás.
Não furtarás.
Não dirás falso testemunho contra
o teu próximo.
Não cobiçarás a casa do teu
próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua
serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.” Êxodo 20:1-7 (Almeida Corrigida e Revisada Fiel)
Ainda falando sobre as
referências de Jesus a estes mandamentos, vamos ver no seu sermão do monte, que
Jesus enfatizou a validade perpétua destas leis quando disse:
“Porque em verdade vos digo que,
até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei,
sem que tudo seja cumprido.” Mateus 5:18
Outro ponto
interessante no discurso de Jesus no sermão do monte é que notamos que Cristo
revisou os mandamentos enfatizando os princípios morais destes.
“Ouvistes que foi dito aos
antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos
digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de
juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e
qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.” Mateus 5:21-22.
“Ouvistes que foi dito aos
antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar
numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.”
Mateus 5:27-28.
“Ouvistes que foi dito: Amarás o
teu próximo, e odiarás o teu inimigo.Eu, porém, vos digo: Amai a vossos
inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos
que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está
nos céus;” Mateus 5:43-44.
A necessidade de
Cristo realizar este discurso se deve ao fato de os fariseus e escribas haverem
se apegado unicamente à forma dos mandamentos, ignorando seus princípios, e
criado ainda vários outros preceitos.
O farisaísmo surgiu no
século 2 a.C. num momento de reavivamento espiritual do povo hebreu. Os
primeiros fariseus queriam levar o povo de volta à obediência aos mandamentos
do Senhor. O nome “fariseu” significa
“santos” ou “separados”.
No entanto, acabaram
por se tornando legalistas, julgando e condenando aqueles que não praticavam seus
preceitos, e usando de certa arrogância e orgulho por serem diferentes.
É interessante a
facilidade que os homens têm de se tornarem legalistas. E isso se deve ao mau
conhecimento dos princípios da lei de Deus.
Uma leitura
superficial sobre o que Jesus afirmou a respeito das leis de Deus coloca todos
nós em posição de culpados diante da lei. Não há ninguém que nunca tenha se
encolerizado contra outra pessoa, ou que tenha desejado mal a um inimigo. O
simples fato de considerar alguém inimigo já é um descumprimento aos
mandamentos.
Nós somos por natureza
pecadores, e por causa de nossos pecados somos incapazes de obedecer plenamente
os mandamentos do Senhor. Portanto quanto mais conhecemos os mandamentos do
Senhor, e sabemos que esta é sua vontade para nós, mais percebemos o quanto
estamos longe desta vontade.
Por isso que Paulo
escreveu aos romanos:
“Que diremos pois? É a lei pecado?
De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não
conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás. Mas o
pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda a concupiscência;
porquanto sem a lei estava morto o pecado. E eu, nalgum tempo, vivia sem lei,
mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri. E o mandamento que era
para vida, achei eu que me era para morte. Porque o pecado, tomando ocasião
pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou. E assim a lei é santa, e o
mandamento santo, justo e bom. Logo tornou-se-me o bom em morte? De modo
nenhum; mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo
bem; a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno.”
Romanos 7:7-13
Perceba como Paulo
enfatiza a nossa incapacidade em cumprir os mandamentos por causa de nossa natureza
pecaminosa. Esta natureza pecaminosa nos induz a descumprir o mandamento,
gerando em nós a morte, já que o pecado nos afasta de Deus. Assim a própria lei
mostra o quão maligna é a nossa natureza, e o quão afastado da vontade de Deus
estamos.
Por isso engana-se o
religioso que acredita que é capaz de cumprir os mandamentos e se justificar
diante de Deus por suas obras. Pois nossas obras são más, e contrárias à
vontade de Deus.
Assim somos
justificados não por nossas obras, mas pela Obra de Cristo na cruz, pagando o
preço de nossos pecados, e ressurgindo dentre os mortos, garantindo a nós a
suficiência de seu sacrifício.
Portanto o perdão dos
pecados é obtido gratuitamente pela Obra de Cristo, mediante a fé no Salvador. Não
há outro caminho para sermos justificados diante de Deus.
No entanto, a fé em
Cristo nos leva ao arrependimento dos pecados que nos afasta de Deus. Sabemos
que Cristo morreu na cruz por nossos pecados, e se amamos a Cristo não podemos
continuar amando o pecado. Todo pecado é uma ofensa à vontade de Deus, e se
amamos a Deus queremos fazer a sua vontade.
Assim os mandamentos
ganham o enfoque correto para nós. Não são regras e preceitos que devem ser
obedecidos a fim de evitar a condenação eterna. Mas sim o objetivo de vida
daquele que ama a Deus e deseja fazer a sua vontade.
Quando Paulo escreve
sua carta aos Colossenses, no início de sua carta ele escreve o motivo de sua
intercessão pelos irmãos em Colosso:
“Por esta razão, nós também, desde
o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais
cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência
espiritual; Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe
em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus;”
Colossenses 1:9-10
Quando Paulo diz que
deseja que os colossenses sejam “cheios
do conhecimento da sua vontade” ele não está se referindo a um conhecimento
místico, gerado por experiências extrassensoriais. Paulo está falando sobre o
entendimento (observe o uso da palavra
inteligência no versículo) dos mandamentos do Senhor, que é a sua vontade.
Veja que ele completa o versículo 10 falando justamente de “andar dignamente”, “agradando-lhe
em tudo” e “frutificando em toda boa
obra”. É impossível não associarmos estas condições à observância dos
mandamentos do Senhor.
Assim o cristão que
deseja agradar ao seu Senhor deve buscar com toda a sua inteligência conhecer
os mandamentos, mas não de forma legalista, se apegando apenas à forma da lei
como os fariseus fizeram, mas observando os princípios morais da lei de Deus e
aplicando isso em sua vida cotidiana.
Acredito que ninguém
tenha expressado isso de forma tão clara quanto o apóstolo João em sua primeira
carta:
“Meus filhinhos, estas coisas vos
escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o
Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não
somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. E nisto sabemos que o
conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-o, e
não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas
qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente
aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que diz que está nele,
também deve andar como ele andou. Irmãos, não vos escrevo mandamento novo, mas
o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Este mandamento antigo é a
palavra que desde o princípio ouvistes.” 1 João 2:1-7
Assim o verdadeiro
cristão deve se preocupar em conhecer e praticar os mandamentos do Senhor,
arrependendo-se de seus pecados, e buscando em Deus a capacitação para obedecer
à sua vontade. Como já disse a bíblia toda é repleta de mandamentos, mas esta
porção de Êxodo 20:1-17 é particularmente importante, e sobre estes mandamentos
gostaria de estudar, analisando os princípios morais contidos em cada um deles,
e aplicando ao coração para obedecer ao Senhor em espírito e em verdade.
(Continua...)
Esse estudo tem me ajudado muito. Quero muito aprender sobre os mandamentos de Deus, sua Lei Mora, para verdadeiramente obedecê-los. Obrigada, Deus seja gracioso para contigo. Um abraço.
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