Qual a importância da Bíblia para a Fé?


Hoje em dia temos um entendimento equivocado a respeito do que é Fé. A definição que normalmente se dá a Fé atualmente é de uma confiança no que é místico. Ou seja, as pessoas acreditam que ter Fé é acreditar no que é improvável. Têm Fé como algo místico que pode atrair boas energias e fazer com que aquilo que é improvável venha a acontecer.
Essa ideia de Fé é completamente contrária à definição da própria palavra. Quando olhamos para o dicionário o que significa a palavra Fé, vamos encontrar a seguinte definição:
1. Adesão absoluta do espírito àquilo que se considera verdadeiro.
2. [Religião]  Sentimento de quem acredita em determinados ideias ou princípios religiosos. = CRENÇA
3. Religião, culto (ex.: fé cristã, fé islâmica).
4. [Religião]  Uma das virtudes teológicas.
5. Estado ou atitude de quem acredita ou tem esperança em algo. = CONFIANÇA, ESPERANÇA ≠ CEPTICISMO, INCREDULIDADE
6. Fidelidade.
7. Prova.
8. Testemunho autêntico dado por oficial de justiça.
(Fonte: dicionário Priberiam; http://www.priberam.pt/DLPO/F%C3%A9 [consultado em 13-07-2014].)
Pela própria definição do dicionário em nossa língua percebemos que a Fé está acompanhada do convencimento da verdade.
Ou seja, a Fé é quando damos crédito a alguma informação e a consideramos verdadeira. Sem essa ligação com o convencimento da verdade o que temos não é Fé, mas Fideísmo.
O Fideísmo é caracterizado pela subserviência da razão àquilo que se crê. Ou seja, enquanto a Fé é fruto do convencimento da verdade (exercício de RAZÃO) o Fideísmo ignora totalmente as evidências da verdade e mantém sua crença apenas pela crença. É ignorar totalmente qualquer evidência que seja contraria àquilo que se crê.
Portanto a Fé é um exercício de Razão, quando nos é apresentada a Verdade, e por sermos convencidos da Verdade, damos a ela crédito, ou seja, Fé.
A Fé é racional!
Mas se a Fé é racional, ela deve estar firmada sobre um fundamento, que é aquilo que temos por Verdade. Assim temos que conhecer e provar os fundamentos da Fé para que, sendo comprovada sua veracidade, a Fé se fortaleça como Fé.
No momento em que o fundamento da Fé se mostra irreal ou uma inverdade, imediatamente a Fé rui-se. Portanto temos que conhecer o fundamento de nossa Fé para sabermos se de fato este fundamento é sólido.
Mas como conhecer a Verdade?
A Verdade é a expressão da Realidade, ou seja, quando dissemos que o fogo queima, essa afirmação é verdadeira porque ela expressa a realidade, se acaso você colocar a sua mão no fogo poderá provar que de fato o fogo queima.
Porém, esbarramos em um problema quando percebemos que a Verdade expressa a Realidade. Porque a nossa capacidade de experimentar a Realidade é limitada. Nós não temos condições de comprovar toda a realidade a nossa volta.
Um exemplo disso é que, caso você presencie um acidente de carro, você terá uma visão da realidade que aconteceu naquele momento. Mas você será incapaz de saber o que se passou na mente de cada um dos condutores no momento da colisão. Você não conseguirá identificar se algum problema mecânico pode ter contribuído para o acidente. Apenas partindo de sua própria observação, você poderá provar parte da realidade, mas não toda a realidade.
Então percebemos que para conhecermos toda a realidade, e por fim, termos toda a verdade dos fatos, necessitamos que essa Verdade nos seja revelada. No exemplo do acidente, temos que ouvir os condutores, ouvir outras testemunhas, ouvir o mecânico que fará a perícia nos veículos, analisar todo o contexto da via onde ocorreu o acidente, as condições climáticas, os sinais da frenagem para estabelecer velocidade e direção. Só assim teremos toda a verdade envolvida nessa realidade.
Com a nossa Fé em Deus não é diferente.
Podemos atestar a existência de Deus observando a natureza. Podemos olhar para a criação e verificar a existência de um criador. Podemos inclusive atestar alguns atributos de Deus através da criação como sua oniciência, onipotência, onipresença.
“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Romanos 1:20
No entanto, apenas através de nossa observação é impossível conhecermos quem é Deus, qual sua vontade, seu amor. Não podemos, observando apenas a natureza, saber o que Deus considera certo ou errado.
Apesar de podermos atestar a existência de Deus através da natureza, é impossível conhecer quem é Deus observando apenas a natureza. Para tanto, essa Verdade nos deve ser REVELADA.
É justamente neste contexto que encontramos a importância da bíblia para a nossa Fé, pois é através dela que Deus se revelou a nós. Paulo nos ensina sobre a Fé dizendo:
“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” Romanos 10:17
No entanto, para fundamentarmos nossa Fé na bíblia, necessitamos de confiar de que ela expressa a Verdade. Sem o crédito da Verdade, não há como termos Fé.
Mas como podemos atestar a veracidade da bíblia?
A bíblia por si mesma prova a sua veracidade. Sua composição, sua historicidade, seu ensino moral, e principalmente sua revelação profética nos dá a segurança necessária para depositarmos nela nossa Fé em Deus.
A bíblia foi escrita em um período longo de tempo, aproximadamente 1400 anos. Seus escritores foram aproximadamente 40 homens, pessoas de várias camadas da sociedade, que viveram épocas distintas.
Temos como escritores da bíblia o grande legislador Moisés, que foi treinado por 40 anos para ser o filho da filha de faraó, e pela providencia divina, treinado pelo próprio Deus por 40 anos vivendo como pastor de ovelhas no deserto. Temos o guerreiro rei Davi, homem de batalhas que conquistou o coração da nação de Israel com sua coragem e seu temor a Deus. Temos Salomão, filho de Davi, que foi um homem de paz, exímio político, que recebeu de Deus grande sabedoria. Temos Amós, homem do campo, vaqueiro e cultivador, que recebeu de Deus um ministério profético. Temos também Pedro, apóstolo de Cristo, um pescador da Galiléia que não seguia nenhuma escola judaica de seu tempo. Temos o erudito Paulo, o mais bem preparado fariseu de seu tempo.
Quando olhamos para a diversidade entre os escritores da bíblia, e vemos que todos escreveram em consonância um com o outro, trazendo em sua própria forma as revelações de Deus, sem entrar em contradição, podemos ter aqui um indício de que o testemunho desses homens é verdadeiro.
Além da diversidade de escritores, o tempo em que a bíblia foi escrita, aproximadamente 1400 anos, é uma forte evidência de sua veracidade. Vejamos o quanto nossa visão de mundo mudou nos últimos 1400 anos. A cultura, a filosofia, a sociedade, nenhuma dessas mudanças interferiu ou promoveu qualquer contradição nos livros que compõem a bíblia.
Assim podemos ver que sua própria formação já é um forte indicio de sua veracidade.
Mas além de sua formação temos a historicidade da bíblia confirmada pela arqueologia moderna.
A arqueologia tem descoberto e apresentado ao mundo as evidências que corroboram com os relatos bíblicos.
Temos os Tabletes e Ebla que nos conta muito sobre a sociedade e os povos na época dos patriarcas. Temos o relato do Papiro de Ipuwer que nos mostra a visão de um egípcio sobre as pragas que assolaram o Egito, narrado no livro de Êxodo. Através de escavações foram encontradas construções que comprovam a existência de Davi e Salomão. Temos os rolos do mar morto que nos mostra que a bíblia que temos hoje é exatamente a mesma que fora organizada por Esdras após o retorno do exílio babilônico.
Assim podemos confirmar que o relato histórico da bíblia não possui qualquer refutação, pelo contrario, sua narração está de acordo com tudo o que descobrimos a respeito das civilizações antigas.
Mas além da comprovação histórica e da sua formação, temos também seu ensino moral.
Não existe nenhum livro produzido pelo homem que apresenta o homem de maneira tão clara quanto à bíblia. Ela mostra nossos ideais, nossas aspirações, nossas falhas de caráter, nossos pecados.
Quando olhamos para os mandamentos de Deus temos uma expressão de justiça sem precedentes em toda a história, tanto que o direito moderno se baseia em muitos aspectos na legislação do velho testamento.
Mas a evidência mais perturbadora que temos com relação à veracidade da bíblia está em seu registro profético.
As profecias bíblicas tem se cumprido de forma inequívoca, e com grande precisão.
Vemos nas profecias de Daniel (capitulo 2) profetizados o surgimento dos quatro grandes impérios: Babilônico, Medo-Persa, Grego e Romano.
Vemos em Isaias várias profecias se cumprindo em Cristo.
Mas em nossos dias podemos atestar o cumprimento de várias profecias com relação ao povo de Israel:
“Hoje tomo por testemunhas contra vós o céu e a terra, que certamente logo perecereis da terra, a qual passais o Jordão para a possuir; não prolongareis os vossos dias nela, antes sereis de todo destruídos. E o Senhor vos espalhará entre os povos, e ficareis poucos em número entre as nações às quais o Senhor vos conduzirá. E ali servireis a deuses que são obra de mãos de homens, madeira e pedra, que não vêem, nem ouvem, nem comem, nem cheiram. Então dali buscarás ao Senhor teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma.” Deuteronômio 4:26-29
Conforme estava predito, o povo de Israel abandonou a Deus e foram dispersos entre todas as nações da terra na diáspora que iniciou-se em 135 d.C. Durante o século 16, a inquisição obrigou muitos judeus a adorarem outros deuses, convertendo-os ao catolicismo.
“E vos tomarei dentre os gentios, e vos congregarei de todas as terras, e vos trarei para a vossa terra.” Ezequiel 36:24
A partir do século 19 os judeus começam a voltar para sua terra, até quem em 1948, o estado de Israel ressurge.
Temos ainda a profecia de Ezequiel 37, que conta como Deus ordenaria a restauração do estado de Israel, após o extermínio nazista, produzindo um vale de ossos secos.
Portanto ao vermos os cumprimentos proféticos, podemos ter a certeza de que a bíblia é de fato a Palavra de Deus, pois ninguém poderia prever tantos acontecimentos com tamanha precisão se não fosse pela boca de Deus.
Portanto, se desejamos ter Fé em Deus, devemos nos aplicar no estudo da bíblia, a fim de conhecê-la em seu contexto original, para podermos compreender corretamente os fundamentos de nossa Fé.
Infelizmente muitos tem se proposto a estudar a bíblia sem considerar o contexto original em que a bíblia foi escrita, e por esse motivo tem deturpado seus ensinos. Infelizmente as igrejas tem tentado entender a bíblia dentro de sua filosofia, mas a bíblia é superior a isso.
Portanto devemos sim nos aplicar a conhecer a bíblia pelo que ela diz, observando o contexto cultural no qual ela foi escrita. E tendo através desse estudo o conhecimento da Verdade, dar a ela o crédito, produzindo em nossos corações a Fé.
Outro aspecto importante a respeito da Fé é que ela deve nos levar a Fidelidade. Se somos convencidos da Verdade revelada pelas escrituras, então devemos moldar nossa vida, nossa maneira de pensar, nossa maneira de considerar o que é certo ou errado, de acordo com essa Verdade revelada. Portanto a Fé deve nos levar a viver em Fidelidade para com a Palavra de Deus.
Portanto te convido a estudar sua bíblia, lê-la procurando compreender o seu contexto, e aplicar em sua vida os seus ricos ensinamentos. Fazendo assim, Deus se revelará ao seu coração, e você poderá encontrar nas escrituras a Vida.
“E dei-lhes os meus estatutos e lhes mostrei os meus juízos, os quais, cumprindo-os o homem, viverá por eles.” Ezequiel 20:11



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